Contribuições da Mobilidade Acadêmica Internacional no Fortalecimento das Ações de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária
Résumé
A questão da internacionalização da educação superior vem se destacando na busca do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação de diversas universidades. Essa política de internacionalização busca, através de estratégias institucionais, ampliar e garantir a sistematização de ações que visam fortalecer as instituições envolvidas e consolidar redes de pesquisa. Essas ações e estratégias têm sido empreendidas em muitas universidades em várias partes do mundo. O que se pode ver na longa tradição de abertura ao mundo da Universidade Lumière Lyon 2, situada na segunda maior cidade universitária da França.Essa relação tem se consolidado através daatuação fundamental do professor-pesquisador Jean-Claude Régnier na criação e renovação de convênios dessa instituição francesa na formação de doutores e acolhimento de pesquisadores de mais de dezoito países, entre eles o Brasil.Neste sentido esse simpósio busca discutir a sinergia criada entre a Universidade de Lyon (França) e diversas universidades brasileiras através dos acordos estabelecidos há mais de 15 anos. O intercâmbio de estudantes e pesquisadores através dos diversos Programas (financiados pela Capes e outras instituições de fomento) e das diferentes modalidades de mobilidade acadêmica (Mestrado, Doutorado Sanduíche, Pós-Doutorado, Cotutela e codireção de pesquisa) e da integração de pesquisadores nos laboratórios de pesquisas, vinculados às escolas doutorais da Universidade de Lyon, se reconfiguram na atuação profissional dos intercambistas atuantes em universidades no Brasil. Buscaremos descrever as experiências formativas e refletir sobre os possíveis desdobramentos e as potencialidades no contexto acadêmico brasileiro. Professores-pesquisadores atualmente vinculados à Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) tecerão um diálogo em torno dos intercâmbios acadêmicos, das redes colaborativas de pesquisa, das implicações sobre o currículo, do despertar da vocação acadêmica, dos critérios de qualidade internacional, da interculturalidade, linguagem, e processos de subjetivação do pesquisador, reverberações na docência universitária. Essas experiências são singulares e foram tecidas no seio de uma cultura, possibilitando a superação de uma cegueira epistemológica, pela emancipação de outras formas de conhecimento, e de visões alternativas sobre a produção de conhecimento. São cotidianos compartilhados, que podem ir muito além da formação do pesquisador, mas a sua autoformação, pelo trabalho intenso que o pesquisador, sujeito antes de tudo, é levado a realizar sobre si mesmo. Assim, voltar de uma viagem é sempre empreender uma outra. É preciso ressaltar que a internacionalização implica antes de tudo um diálogo, uma inclinação ao reconhecimento dos saberes do outro e da abertura de espírito para aceitação do novo e do diferente. Visto que as universidades francesas não possuem uma vocação extensionista consolidada, o professor Régnier, baseado em sua longa experiência com o Brasil, tem buscado sistematizar reflexões em torno da importância e da relação entre internacionalização da educação superior e a pesquisa, ensino e extensão universitária. Isso possibilitaria abrir novas colaborações e redes acadêmicas na qual a Extensão Universitária se consolidaria em nível de ações internacionais, encorajando a inovação pedagógica nos diversos países que fazem parte dos acordos bilaterais.